Às vezes, o que eu quero mesmo é ficar aqui, quieta, calada e pequena, bem dentro de alguém. Porque é no silêncio que eu sempre planto os meus maiores sonhos e colho as melhores respostas. Ainda acho que o silêncio de um abraço é a única coisa (mais séria do mundo) que fica quando o coração emudece e o sentir parece não caber mais tão bem dentro da gente.
É que tem dias que eu preciso eternizar alguma ternurinha nesse meu peito que mesmo cansado, ainda guarda essas delicadezas que vão amadurecendo o olhar, deixando ele mais fresco e possível. E já não me importa mais a tranquilidade da voz, do tempo. O que não passa, também transforma. E aqui dentro a vida não se mede em relógios nem se resume em poucos quilômetros de riso.
Aqui e ali, a mesma rotina que endurece o dia planta nos nossos pés pequenas chances de um novo recomeço. E eu ando, com um bem-querer manso bem amarrado nos olhos - que é pra ele nunca mais perder o jeito de ser feliz -.
(Priscila Rôde)
2 comentários:
Difícil descrever a ternura, a meiguice, desde o título, desse texto que você postou...
Costumo comentar partes destacadas, mas é difícil demais, pois o texto é todo lindo!
Seja na meiga expressão do silêncio com que se planta sonhos e se colhe respostas.... (Imaginei tal plantio, mesmo!) Seja no abraço silencioso que às vezes faz tanta falta, porque traduz tantas palavras!... Seja no poema que constitui a parte final do primeiro parágrafo... Sim, Gi! Aqui dentro, o tempo não tem relógios... Seja no recomeço plantado nos nossos pés ou no bem-querer manso bem amarrado nos olhos...
Um dos melhores textos que já li! Maravilhoso!
Encantado.
Um abraço carinhoso silencioso
Marcelo Bandeira
Lindo o seu cometário, adorei! Parabéns pelo seu blog, os textos são lindos. um abraço...
...Gi!
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